Qual é a diferença entre blockchains públicas e privadas?

Blockchain One
3 min readNov 18, 2021

Pode-se considerar que um “sistema” blockchain consiste em três elementos [1]:

(i) uma rede blockchain de máquinas (ou nós);

(ii) uma estrutura de dados blockchain para o livro-razão, replicado pela rede blockchain;

(iii) um protocolo de rede que define direitos, responsabilidades, meios de comunicação, verificação, validação e consenso entre os nós da rede, incluindo a garantia de autorização e autenticação de novas transações, mecanismos para anexar novos blocos e mecanismos de incentivo (se necessário).

A definição apresentada previamente para um sistema blockchain ainda é relativamente ampla, abrangendo blockchains de vários tamanhos, graus de abertura variados, e para diversas finalidades.

E nesse contexto, alguns tipos de blockchains surgiram: públicas e privadas, com e sem permissão [2].

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Blockchain pública sem permissão — permissionless public blockchain

Uma rede aberta que permite qualquer pessoa adentrar. Exemplos desse tipo de blockchain são o Bitcoin e a Ethereum. Neste tipo, todos os usuários podem ler, gravar e verificar transações. Também é possível substituir a função de um terceiro confiável. A confiança é construída entre pares na rede porque todos devem obedecer ao mecanismo de consenso estabelecido. Os mecanismos de consenso mais populares são a Prova de Trabalho (Proof of Work — PoW) e a Prova de Participação (Proof of Stake — PoS). No PoW, os “mineradores” na rede competem em termos de computação resolvendo a função hash do próximo bloco. No PoS, o próximo bloco válido é definido de uma forma mais determinística, dependendo da aposta que diferentes mineradores mantêm. Por exemplo, o número de tokens.

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Blockchain pública permissionada — permissioned public blockchain

Uma rede fechada, onde apenas nós verificados e confiáveis podem participar. Exemplos desse tipo incluem Ripple, Multichain e Hyperledger Fabric. Este tipo de blockchain também é chamada de “blockchain híbrida”, devido ao fato que todos os participantes podem visualizar os dados. Porém apenas os usuários autorizados podem validar as transações. Os usuários são autorizados por meio de um consenso de rede após fornecer a prova de elegibilidade necessária. No entanto, se não houver problemas de confiança entre os usuários, a única razão para usar uma blockchain híbrida seria o registro imutável de transações históricas para fins de auditoria.

Blockchain privada permissionada — permissioned private blockchain

Uma rede fechada que permite apenas a usuários autorizados leitura, envio e validação de transações. Exemplos desse tipo são o Hyperledger Fabric e Corda. As transações são verificadas ou o consenso da blockchain é determinado dentro de uma organização. Normalmente, um protocolo prático de tolerância à falhas bizantinas (Practical Byzantine Fault Tolerance — pBFT) é usado, requerendo certa porcentagem de nós previamente verificados para confirmar as transações. Isso torna o modelo pBFT mais eficiente do que PoW, pois os mineradores não estão competindo e apenas fazendo os cálculos para beneficiar a rede.

Mesmo com tipos diferentes de blockchains, algumas plataformas podem operar como mais de um tipo [2]. Por exemplo, o Hyperledger Fabric pode ser empregado para fornecer uma blockchain pública permissionada ou uma blockchain privada permissionada.

[1] XU, X.; WEBER, I.; STAPLES, M. Blockchain in software architecture. In: Architecture for Blockchain Applications. Cham: Springer International Publishing, 2019. p. 83–92. ISBN 978–3–030–03035–3. Acesso em: 20 nov. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-030-03035-3_5.

[2] PEDERSEN, A. B.; RISIUS, M.; BECK, R. A ten-step decision path to determine when to use blockchain technologies. MIS Quarterly Executive, AIS Journals, v. 18, n. 2, 2019. Disponível em: https://aisel.aisnet.org/misqe/vol18/iss2/3.

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